quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Meu gato se chama CABEÇA


Sua pergunta a esta altura deve ser: "Cabeça??? Isso lá é nome de gato". Compreensível sua reação. Mas permita-me explicar o porque deste nome.

Há cerca de 3 anos, móravamos em uma casa com um cachorro e 3 gatos (fomos tutores temporários dos gatos - uma outra história). Certa noite, passamos a ouvir miados distantes o suficiente para percebermos que não éram dos nossos gatos, e próximos o suficiente para entendermos que havia "alguém" rondando a casa. Os dias se passaram e o gato continuava por perto, na verdade, cada vez mais perto. Ousando novas investidas, descobrindo novos caminhos, até que se aproximou da porta da frente e colocou a pata pela fresta entre a porta e o chão, mas mesmo com toda essa ousadia não conseguimos vê-lo.

Dias depois, um domingo, estava de saída para um acampamento de verão, e me lembro de ter dito a minha esposa para não cair na tentação de alimentar o quase intruso, disse isto certo de que uma vez que descobrisse comida fácil sua partida tornaria-se muito difícil. E nossa população de gatos cresceria 33%.

Recomendação dada, parti certo de que o gato continuaria suas rondas em vão. Porém na mesma noite de domingo sou surpreendido por um telefonema, não houve nem o tradicional "Alô" para introduzir a conversa. A primeira frase dita foi: "Você me perdoa?" Quem era a voz suplicante que quebrou todas as regras de etiqueta que definem o bom inicio de uma ligação?

Exatamente. Era a minha esposa. Pedindo perdão pois havia cedido a tentação e alimentou o gato.

Motivo para tal: "Ele é muito magrinho" palavras dela que não pararam por aí, muitos outros adjetivos ainda foram usados para caracterizar o gato desnutrido.

Uma vez que conheci o tal percebi que de fato ele não era simplesmente magrinho, ele estava raquitico. E com o corpo pequeno o que se destacava era a cabeça, herança de algum antepassado angorá. Coitado, a cabeça era desporporcional ao restante do corpo.

Acolhemos o bicho, tratamos de eliminar os outros bichos que viviam dentro dele e a profecia se cumpriu. Alimentou-se, instalou-se e nunca mais ausentou-se.

Adotamos o gato e lhe demos o nome. Por que isso? Pelo prazer de tratar dos vermes? Pela alegria de ter mais um gato? Pela satisfação de ver aquele ser desproporcional miar incansavelmente por um pouco mais de comida? Definitivamente não. Fizemos o que fizemos por que como todo o adotado ele tinha uma necessidade, um lar. Seu pelo não era atrativo, não conhecia truques, simplesmente tinha a necessidade de um lar.

No livro de Romanos capítulo 8 versículo 16, Paulos escreve que "recebemos espírito de adoção, baseado no qual clamamos: Aba Pai".

Deus nos adotou, Deus nos chamou para pertencermos. E por que fez isso? Talvez você considere suas capacidades atrativas, ou seu cabelo o suficiente para chamar a atençao do Divino, qum sabe acredita que sua facilidade com cálculos é um ponto positivo, talvez você creia que o sobrenome que você carrega seria algo para mover o braço de Deus em seu favor.

Esqueça tudo isso e entenda. Deus viu sua necessidade. Viu que você precisava de uma família e permitiu que você O chamasse de Pai. Viu que você precisava de um Lar, e comprometeu-se a prepara "muitas moradas" para que onde Ele esteja, você esteja também.


A atenção de Deus não foi chamada para suas capacidades e sim para sua necessidade.


Tenho um gato, o Cabeça, cuja maior necessidade foi suprida. Simplesmente porque não teve vergonha de se mostrar necessitado.

Deus tem filhos, supre as necessidades destes filhos. Só será diferente se você se envergonhar de mostrar suas necessidades.

Sabe o melhor: eu ainda chamo meu gato de cabeça, baseado em uma característica que não é mais importante. Deus não ocupa sua mente com a criatura desnutrida que fui, mas com o filho satisfeito que preciso ser.


Aceite a adoção de Deus e permita que Ele supra suas necessidades.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Apostas



Milhões de pessoas apostaram na Mega Sena da Virada, todas com o mesmo objetivo querem começar o novo ano como milionárias. É extremamente tentador: um baixo investimento, seguido de um resto de vida financeiramente despreocupado. É até difícil de qualificar como deve ser a vida com mais de 100 milhões de reais.


Agora, se pensarmos bem, são muitas as apostas de virada de ano: alguns apostam lentilhas, outros apostam sementes de romã, sete pulinhos, uma nova roupa branca; meias novas, velas amarelas, pipoca no mar; há os que apostam pétalas de rosas brancas, folha de louro, três uvas.


O principio é o mesmo: espera-se muito com um investimento mínimo. Afinal o que são algumas sementes de romã em troca de um ano todo com dinheiro, ou algumas lentilhas em troca de felicidade por 365 dias? Apostamos baixo esperando um alto retorno. Gostamos do caminho mais fácil. Gostamos de garantias sem esforço. É da nossa natureza.

Não quero questionar as suas apostas, pelo contrário quero incentivá-lo a apostar, mas apostar mais alto.


Se quer ser mais reconhecido no trabalho, aposte mais compromisso com seu desenvolvimento profissional. Aposte em reclamar menos e se dispor mais.


Se deseja melhores relacionamentos, aposte mais tempo ao lado das pessoas.


Se espera mais proximidade, aposte mais confiança em quem estiver por perto.


Se quer vencer os ressentimentos acumulados em 2009, aposte em perdoar antes de precisar ouvir qualquer pedido de desculpas, pois eles podem não chegar.


Se quer alegria no lar, aposte que ele é mais importante que o trabalho, aposte mais nos momentos e menos nas coisas.

Se deseja ter uma vida mais significativa com Deus, aposte em relacionar-se com ele todos os dias, não faça dele apenas um amuleto que deve ser espremido entre os dedos nos momentos de maior agonia.


Se espera passar o ano ao lado da pessoa amada, aposte na satisfação alheia, aposte em ser menos egoísta, aposte menos nas suas necessidades.


Se quer um ano NOVO, aposte em uma NOVA disposição de coração e mente.


Definitivamente não são apostas fáceis, não é o caminho mais simples, não são rituais de passagem, não é passe de mágica. É o caminho que exige esforço, é um novo estilo de vida, é uma postura diferente, é um compromisso com o melhor. Não apenas um desejo egoísta de querer o melhor, mas uma decisão excelente de dar o seu melhor.

O valor do ano será determinado pelo valor das apostas que fizer.

Aposte em ser Novo, e por novo entenda-se “melhorado”- um novo pai, novo marido, nova namorada, nova amiga, novo filho, novo cristão, novo de palavras, novo de ações, novo de atitudes, novo de sentimento, novo por dentro e por fora, novo pra melhor, novo para tornar-se o elemento modificador daquilo que se tornou envelhecido ao seu redor.


Um feliz 2010! Deus te abençoe e Boas apostas!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Especialista


"Aquele que está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas passaram, se fizeram novas"

II Coríntios 5:17



Deus tinha planos para o ser humano quando o criou; Deus idealizou o homem para viver a vida em sua plenitude. O homem saiu do plano de Deus, o pecado tirou a criação de Deus dos ideais que estavam estabelecidos pra ela. Com isso novos papéis foram distribuídos. O homem agora tinha o papel de ser criado e acumularia os papéis de mortal, pecador e necessitado de Salvação. Deus além de Criador, torna-se o Salvador.


O homem e Deus adquirem algumas especialidades.


O homem se tornou especialista em fugir do propósito divino. Especializou-se em Cair, em falhar, em mentir, em andar por caminhos aparentemente mais fáceis. O homem se afastou de Deus e tem se tornado cada vez melhor nesta atividade. O ser humano é especialista em ficar longe dos planos de Deus.


Por outro lado Deus se especializou também:


Especializou-se em levantar caídos, em restaurar pessoas destruídas. Deus é especialista em motivar desanimados, encorajar temerosos, reavivar moribundos, é especialista em animar os cansados, guardar os desprotegidos, acalmar consciências culpadas, perdoar devedores, modificar situações imutáveis, acalmar tempestades. Deus especializou-se em atender orações, em revelar-se nas tormentas, em dar esperança aos vacilantes, em aceitar os negligenciados, em repreender os acomodados, em abater os insubordinados.


Deus é especialista em recriar, em refazer, em recomeçar, em dar novas chances.


Eu não sei quem é você, mas sei de uma coisa:


Deus é especialista em VOCÊ!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

o Evangelho segundo XuXa



"Tudo o que eu quiser o Cara lá de cima vai me dar". Este é um trecho de uma música da Xuxa, era tema do filme Lua de Cristal, e leva o nome do filme.

Esta reflexão poderia ser sobre o fato de Deus ser chamado de "Cara lá de Cima" e a mania de celebridades de apelidarem a Deus, como se Ele fosse um igual, ou como se fossem íntimos de alguém com quem pouco conversam, e que pouco deixam falar. Poderia me deter escrevendo sobre as várias formas de se transgredir o terceiro mandamento da Lei de Deus - Não tomarás o nome do Senhor Teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por incocente o que tomar Seu nome em vão (Exôdo 20:7)

Mas deixarei isto para outra oportunidade, ou para outro colega que queira discorrer sobre o assunto.

No momento quero pensar sobre a idéia do "Tudo que eu quiser, Ele vai me dar".

Com certeza não era a intenção da Xuxa, nem do Michael Sullivan (autor da canção) expressar de forma tão direta e precisa a idéia básica da teologia da prosperidade e dos "Novos Santos" (veja nas postagens anteriores).

O pensamento é simples, o que você quer é só pedir, ou como alguns tem preferido dizer é só decretar, declarar, ou exigir de Deus e Ele fará.

O deus (como creio que é um deus diferente do Deus da Bíblia escreverei com letra minúscula) pintado pela teologia da prosperidade nos moldes como a conhecemos hoje é um deus que obedece ordens, que funciona sob pressão, que responde a coações, que se manifesta depois da clara e inequívoca expressão dos desejos humanos.

Este deus é pai, mas um pai como esses dos adolescentes classe média alta, que compensam tudo com presentes. Esse deus em constante barganha, esse deus vendido, esse deus que poderia ser marcado com o carimbo de "fabricação própria". Não é o Deus revelado na Bíblia.

É óbvio que muitas pessoas desejam encontrar o Deus da Bíblia, e nesta busca acabam se enroscando nestes deuses genéricos, no deus da Lua de Cristal. Mas ainda assim sua busca sincera podem levar-lhes a conhecer a Deus como Ele é.

A teologia da prosperidade expressa, não intencionalmente, na música da Xuxa, mostra uma vida cristã diferente do que diz a Palavra de Deus.

A Bíblia não diz Felizes os que conseguem um barco Novo, ela diz: Felizes sois vós quando por minha causa (Jesus Falando) vos injuriarem e perseguirem (Mt. 5:11)

A Bíblia não diz Neste mundo morareis em mansões, ela diz: Neste mundo tereis aflições (João 16:33)

É por isso que o evangelho é descrito por Paulo como loucura, porque é viver, aparentemente, como um louco. E me perdoem os adeptos do "Tudo o que Eu quiser Ele vai me dar". Mas essa é uma religião muito fácil, loucura seria não pertencer a algo assim, onde eu tenho um gênio da lâmpada e pedidos inesgotáveis. Definitivamente esta não é a Loucura do Evangelho.


Pensamento que fica: Mas se for assim prefiro ficar com a Lua de Cristal.

Esta não é uma boa idéia.

Se não é o Deus da Bíblia que está sendo pregado, se não é o evangelho bíblico que dá fundamento a esta mensagem, é óbvio que não é por este caminho que você vai encontrar o cumprimento das promessas bíblicas, que em muito excedem seus desejos e pensamentos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

domingo, 6 de setembro de 2009

Eu tenho medo dos "novos santos"


Eu tenho medo dos "novos santos".

Eu tenho medo do evangelho açucarado que eles pregam. Eu tenho medo da salvação barata que proclamam, da vida descomprometida que levam.

Eu tenho medo dos “novos santos” que fizeram da Bíblia o horóscopo do jornal, que só fala aquilo que querem ouvir. Eu tenho medo do Cristo “cardiologista” que aceitam, o Cristo que quer o coração e só o coração. Um Cristo despreocupado, um Cristo que não se interessa pelo meu corpo e nem pelos meus hábitos.

Eu tenho medo dos “novos santos”. Tenho medo desse cristianismo medíocre, dessa vida religiosa nivelada por baixo, do evangelho onde sofrer, ficar doente, ser pobre, não ter carro e morar de aluguel é quase pecado.

Temo esses “novos santos” e a sua “nova santidade” comprada, suas fórmulas mágicas e seus amuletos.

Fico com medo dessa mensagem superficial, da conversa quase verdadeira, da vida de oração sem Bíblia, da Bíblia de auto-ajuda que lêem e da corrida existencialista que correm.

Tenho medo desses “novos santos” que cada vez mais aproximam a velha vida da nova vida.

Eu tenho medo dos “novos santos” porque eles são muito esquecidos. Esqueceram-se dos “antigos santos”, esqueceram-se que o padrão dos cristãos não é os não cristãos e sim Cristo. Não basta ser diferente da massa, precisa ser parecido com Cristo.

Esqueceram que os “antigos santos” abriam mão DAS coisas e não PARA as coisas. Os “antigos santos” padeciam por Cristo, não enriqueciam por Ele.

Perderam de vista a idéia de que ser santo é ser servo é ser fiel a Palavra de Deus. Ser santo é querer do jeito dEle e não do meu.

Ser santo é viver aqui, sem ser daqui, influenciando os que estão aqui para concentrar-se em ir para onde o Santo dos santos quer.

Até onde vão os “novos santos”? Não sei. Sei que independente deles preciso manter a esperança no SANTO.

domingo, 30 de agosto de 2009

O Banco

"Escolhei hoje a quem servireis" (Josué 24:15)